09. O Deus da fidelidade

VII – Não adulterarás | Série: Jesus e os dez mandamentos

Publicado em 20/09/2022 às 00h45

Não adulterarás. (Êxodo 20:14).


Introdução | O casamento, segundo o coração de Deus, é uma aliança de amor e fidelidade, criada e abençoada por Deus (Gn.1:27-28), onde um homem e uma mulher se unem, tornando-se uma só carne, para toda a vida, com a finalidade de constituírem uma nova família, gerando e criando filhos nos caminhos do Senhor (Gn.2:18-24). “Digno de honra entre todos seja o matrimônio” (Hb 13:4). É impossível entender a dimensão do pecado do adultério sem entender antes o casamento e o sexo como os maiores presentes de Deus para a humanidade. Por isso, este sétimo mandamento não é apenas sobre traição, mas sobre todo o mal causado quando o ser humano rompe o padrão divino  para o matrimônio e o sexo. 

O que é tornar-se “uma só carne”? | No coração de Deus esta união tão íntima e profunda, tão poderosa, capaz de gerar vida, gerar filhos, deveria ser única, para toda a vida (1Co.7:39). Essa é a única relação humana onde Deus abençoa o sexo porque há compromisso total de vida. Ser uma só carne envolve uma complementariedade de corpo, alma e espírito. Um cuidado continuo e mútuo, físico, espiritual e emocional. Assim como no matrimônio, enquanto igreja, somos um em Cristo (Ef.5:22-28; Gl 3:28). É por isso que Deus odeia o rompimento dessa aliança (Ml 2:14-16). O adultério viola a confiança do cônjuge, destrói a família, escandaliza a igreja e abala a sociedade. O adultério é autodestruição (Ef.5:29; Pv.6:24-35). 

Quando o sexo é pecado? | O sexo antes do casamento é fornicação e o sexo fora do casamento é adultério. Por isso, aqueles que não são, ou não estão casados são orientados a viver uma vida de pureza sexual, se guardando para o casamento, onde poderão ter uma vida sexual ativa e evitar cair em pecado, porque “é melhor se casar do que viver abrasado” (1Co 7:2,9). Por outro lado, o sexo dentro do casamento é ordenança. O sexo conjugal é bom, saudável e prazeroso. O sexo é tão importante para o casal que a ausência dele de forma não consensual é pecado (1Co 7:2-5). 

Jesus | Jesus não se casou. Em seu ministério terreno ele se dedicou exclusivamente ao Reino, assim como fez Paulo após sua conversão (1Co 7:7-8). Ele mesmo falou sobre aqueles “que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus” (Mt.19:12). Para Jesus o casamento era uma aliança de amor vivida não apenas na aparência, mas no coração (Mt.5:27-28). O cônjuge deveria tratar o outro com extrema tolerância (Mt.5:31-32). Um desejo imenso de que nossos casamentos sejam inundados de altruísmo, renúncia e perdão, como ele fez conosco, a fim de que possamos permanecer firmes em nosso voto, sem jamais quebrá-lo (Mt.19:6). 

Conclusão | Ore para que haja arrependimento, e que possamos ser limpos de toda impureza sexual, assim como fez Davi (Sl 51:1-11). Que possamos resistir ao sexo casual e precoce, ao assédio sexual, a autossatisfação sexual, a prostituição, a pornografia, vivendo de uma forma que através de nossos corpos Deus seja glorificado (1Co 6:11,18-20; 1Ts 4:3-4). Que Ele jamais nos abandone (Rm 1:24-32), mas que Ele possa santificar todos os namoros e casamentos de nossa igreja. Que a fidelidade, com Deus e uns com os outros, seja real em nossas famílias . 

Leitura complementar:

O divórcio (Mt.19:1-12) | Quando ao divórcio, Jesus coloca a intenção originária do Criador (Gn 1:28;2:24; Mc.10:6-8) acima da Lei de Moisés (Dt.24:1-4), explicando que o mesmo só foi permitido “por causa da dureza do vosso coração” (v.12). O divórcio jamais foi o ideal de Deus para a família (v.6). Jesus chega até a citar o adultério como um direito ao cônjuge traído de se divorciar (v.9; 5:32). Mas, não que seja o ideal. A primeira opção é sempre a busca do perdão, da cura e da restauração do lar! Essa é a ênfase do Evangelho de Jesus.
E se a situação se tornar insuportável? Há casamentos que estão tão doentes,  que os corações estão tão duros, que não há mais disposição para o perdão. Assim, muitas vezes, permanecer juntos é mais arriscado do que se separar porque onde deveria reinar o amor prevalece o ódio, a indiferença, o abandono, o jugo desigual e até a violência. Onde não há perdão, não há cura. Muitos ainda permanecem firmes na esperança de que Deus pode restaurar seu lar (1Co 7:12-14), mesmo que isso não seja garantido (v.16). Todavia, se um dos lados quiser se separar, então a outra parte deve deixá-lo ir. Pois, Deus quer que seus filhos vivam em paz (v.15; 2 Co 6:14-16). Assim a parte abandonada está livre do pacto conjugal e pode se casar novamente “no Senhor” (v.39).
E se já me divorciei? Se já estão separados, que permaneçam só, ou reconciliem-se (1Co 7:10-11). 
Se já me casei novamente? Procure auxílio pastoral. Jesus jamais rejeita um coração arrependido.
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